Subterfúgio

A chuva tornava aquela tarde tão nostálgica e melancólica quanto a mesma tristeza vaga e indefinida nos dias em que há prevalência do sol.Ela caminhava aceleradamente com o mesmo receio impreciso e inexplicável de sempre.Com seus pés nus,sentia-se livre e vagando no ar como nem mesmo uma bailarina se sentira antes.
Apesar da falta de nexo e lucidez,não era capaz de esquecer e deixar de observar o declínio e a perversidade da realidade.Tudo parecia girar vertiginosamente em meio a absurdos clamores no silêncio.
Em sua volta,a situação era perturbadora,à tal maneira que as pessoas tomavam a resolução de meramente abnegar.
As meretrizes,jovens os quais se perdiam ao encontro de si próprios em meio a um estado disparatado de completo êxtase -Um prazer adverso e infeliz.
Ela não se conformava com todo o opróbrio e erros do cotidiano.As pessoas olhavam mas não enxergavam -talvez seus asquerosos e repugnantes narizes merecessem mais-Pensou.
Ou talvez,a sua ignorância não à deixava aceitar.Quem sabe?
Abaixou a cabeça,e decidiu  simplesmente deixar-se aprofundar nas suas mais absurdas e singelas veleidades,sonhando no ar,como um mero silêncio de uma pausa vagando sobre a partitura.


                                                                                                    Fez-se então o sol...